Oral (Tema Livre)
89-1 | Abjeção, LGBTfobias e o desgosto com a "mistura": uma análise sobre os limites de ser LGBT e trabalhar questões de gênero e sexualidade, a partir de minha experiência como professor de sociologia em uma escola pública de ensino médio do DF. | Autores: | Nilton Miguel Aguilar de Costa1 1 SEDF - Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal |
Resumo: Este artigo resulta de minhas memórias como professor de uma escola que carrega em seu PPP e no discurso de sua equipe o compromisso de estimular a convivência democrática com ênfase na pluralidade e na diversidade sexual e de gênero.
Poucos dados foram registrados no tempo em que aconteceram e nenhuma informação que possa identificar a escola ou seus profissionais será divulgada, em respeito a questões éticas. Por isso mesmo, os eventos relatados são descritos em tipo textual narrativo. Mesmo porque o objetivo deste trabalho não se reduz a pontuar uma experiência específica ou a “denunciar” as violências experimentadas ali por mim e outras pessoas LGBT. O objetivo é refletir sobre os limites “colocados” não só para trabalhar questões de gênero e sexualidade na escola, mas também sobre os limites colocados sobre ser LGBT nesse espaço. Essa “colocação” ultrapassa os atores que os protagonizaram e perpassa a cultura em que se inserem e a disputa pela política educacional.
Os eventos narram da minha recepção desconfiada pela direção, passando por um projeto muito bem recepcionado de combate às violências de gênero a um outro altamente execrado pela equipe escolar, culminando com denúncias sobre meu trabalho à ouvidoria da regional e um “convite” para que eu deixasse a escola. Para analisá-los, me inspiro no trabalho de T Rui sobre corpos abjetos e no trabalho de AP Galdeano sobre o desgosto da “mistura”, além de teóricos que se debruçaram especificamente sobre LGBTfobias. Palavras-chave: LGBTfobias, Abjeção, Gênero e sexualidade na escola, Ensino de sociologia |