Oral (Tema Livre)
97-1 | Eu, professora-ciborgue.
Proposta de investigação sobre o paradigma educacional que oriente a prática e o ethos docente na educação à distância.
| Autores: | Silvana Leodoro1 1 UNIMES - Universidade Metropolitana de Santos |
Resumo: A educação à distância no ensino superior corresponde a 21% dos alunos da modalidade presencial (INEP-2015), chegando a 1,4 milhão de matriculados e parece despontar, inexoravelmente, no horizonte educacional. Como professores de Licenciatura em Ciências Sociais, na EaD, presenciamos in loco as tensões entre antigas e novas formas de ensino e transformações nas condições de trabalho e na essência do que é ser-professor, com impactos diretos no ethos (FOUCAULT, SODRE) docente. Conscientes da necessidade de uma postura pedagógica, nossa pesquisa investiga investiga qual paradigma orienta a prática docente na EaD, com foco no ensino de Ciências Sociais. O ponto de partida é a proposta dialógica do ato educativo e da ética do sujeito-histórico (FREIRE), mas compreendendo a lógica bancária (FREIRE) presente na EaD; do domínio da datavigilância e infocontrole (SODRE) e da dromovelocidade (TRIVINHO, VIRILIO); de sua potência em democratizar o acesso à educação; da transformação do ensino em mercadoria (DELEUZE) e da simbiose entre o professor-tecnologia que aproxima o professor da noção de ciborgue (HARAWAY). Objetivamos refletir sobre o ethos docente pensando a tecnologia como prolongamento do corpo do professor e, perguntar, se a proposta freiriana permanece paradigmaticamente. A metodologia recorre à noção foucaultiana dos discursos e poderes que atuam como tecnologias de controle dos corpos e das práticas e, por outro lado, sobre as forças que se opõem a eles. Palavras-chave: EaD, Ethos docente, Corporalidade, Ciborgue, Poder |