Defeitos palpebrais de espessura total geralmente resultam de tumores infiltrantes periorbitais. Técnicas em duas etapas, incluindo Cutler-Beard, Mustardè, Hughes modificado, rotação tarsoconjuntival, ou avanço são descritas. [1]

Paciente apresentando úlcera infiltrada de 4 cm em diâmetro, bordas irregulares, em pálpebra superior direita, evolução de 1 ano e crescimento neste período. Histopatologia evidenciou Carcinoma Escamocelular moderadamente diferenciado. Foi realizada exérese da massa tumoral com acometimento de espessura total de conjuntiva com extensão de mais de 50% da pálpebra superior direita, confeccionado retalho bipediculado da região supraorbital que foi ancorado em suas bordas livres nas porções remanescentes da conjuntiva bulbar e nos músculos elevadores da pálpebra. O pedículo foi seccionado 8 semanas após, em segundo tempo cirúrgico.

Paciente evoluiu com boa acomodação do retalho, funcionalidade e estética pós-cirurgia. Sem recidiva da lesão neoplásica.

O objetivo de uma reconstrução de defeito de pálpebra de espessura total é prover uma pálpebra móvel, com proteção córnea perfeita e sequela aceitável a área doadora. [2]

A reconstrução de defeito de espessura total de pálpebra superior com retalho de pele supraorbital bipediculado com secção de pedículo em segundo tempo mostrou-se uma técnica viável e com bom resultado funcional.