Dez a 15% dos carcinomas basocelulares ocorrem em locais protegidos do sol. Relatos sugerem aumento da incidência em mulheres jovens, especialmente no couro cabeludo.

Paciente feminina, 32 anos, sem comorbidades ou histórico de nevo sebáceo, com placa de alopecia assintomática, de 5x3 cm na região parietal esquerda há sete anos com telangiectasias arboriformes à dermatoscopia (figura 1). A biópsia revelou carcinoma basocelular infiltrativo sem evidência de nevo sebáceo (figura 2).

A paciente foi submetida à cirurgia de Mohs (dois estágios) seguido de fechamento primário (figuras 3 e 4).

O couro cabeludo é uma área protegida da radiação com grande concentração de folículos pilossebáceos. Pacientes idosos e do sexo masculino são mais susceptíveis ao desenvolvimento de CBC nessa área devido a fatores como alopecia androgenética e cabelos curtos. Entretanto, a maior incidência em mulheres é na quinta década, sugerindo menor participação da exposição solar. No presente caso, destacam-se a localização e a extensão da lesão em paciente jovem.

Os CBCs de couro cabeludo são descritos como mais agressivos devido ao atraso no diagnóstico e dificuldade de tratamento pela localização. Métodos de controle de margens são importantes para evitar recidiva. Ressalta-se a necessidade de exame do couro cabeludo, mesmo em mulheres jovens.