A unha encravada congênita é uma condição infrequente, que costuma apresentar resolução espontânea. A abordagem cirúrgica pode ser necessária em casos refratários.

Relatamos um caso de resolução cirúrgica da unha encravada congênita por meio da técnica “super U”.

Paciente do sexo masculino, 1 ano e 8 meses de idade, apresentando hipertrofia das dobras ungueais dos dez pododáctilos desde o nascimento. Nos primeiros meses de vida, houve resolução espontânea do quadro em todas as unhas, com exceção daquela do hálux direito. Apesar do tratamento conservador, com massagens e corticoterapia tópica, houve progressão da onicocriptose neste dígito, causando dor persistente e prejuízo da qualidade de vida. A cirurgia foi realizada em ambiente hospitalar, sob sedação, envolvendo remoção em “U” dos tecidos periungueais e fechamento por segunda intenção, conforme técnica de Peres-Rosa. No pós-operatório tardio (3 anos), observa-se excelente resultado estético e funcional.

A unha encravada congênita refratária a medidas conservadoras é um desafio terapêutico. Procedimentos envolvendo matricectomia acarretam risco de microníquia permanente. A técnica apresentada preserva a matriz ungueal e pode também ser realizada em consultório, sob anestesia local.

Trata-se de uma técnica segura e eficaz, porém ainda pouco difundida entre dermatologistas e cirurgiões pediátricos.