O ácido hialurônico é o agente mais seguro e mais utilizado em preenchimentos cosméticos.¹ As micobacterioses atípicas constituem um grupo de doenças causadas por micobactérias com características patogênicas bem definidas.²

Caso de celulite facial com acometimento de tecido periorbital por micobacteriose atípica associada a preenchimento com ácido hialurônico.

Mulher, 52 anos, relata 20 dias após a aplicação de ácido hialurônico em olheira por profissional não médico, notou o surgimento de edema. Na ocasião foi realizado hialuronidase, antibioticoretapia e corticoterapia sistêmica. Após 20 dias, evoluiu com piora do quadro clínico e o local tornou-se eritematoso, flutuante e com secreção purulenta. Neste momento deu entrada no nosso serviço. Ao exame foi observado abscesso com conteúdo purulento, intenso edema regional e enantema de olho esquerdo (figuras 1 e 2). Ressonância magnética apresentou celulite facial com acometimento de tecido periorbital, exame anatomopatológico apresentou celulite com bacilos e cultura confirmou Mycobacterium abscessus. O tratamento foi iniciado com antibioticoterapia. 

As infecções por micobacteriose atípica ocorrem mais freqüentemente devido a contaminação durante a injeção do produto. No caso em estudo a infecção ocorreu após preenchimento com ácido hialurônico. ^3,4

Caso de celulite facial com progressão para tecidos periorbitáios por micobacteriose atípica associada a injeções com ácido hialurônico causada pelo Mycobacterium abscessus.