Oral Completa
61-1 | Quando existir é resistir: Two-spirit como crítica colonial | Autores: | FERNANDES, E. R. 1 1 UNIR - Universidade Federal de Rondônia |
Resumo: Parte considerável dos escritos produzidos por autores e ativistas two-spirit (termo cunhado nos anos 1990 para referir-se a indígenas dos Estados Unidos e Canadá com dois espíritos: masculino e feminino) se assenta na análise e crítica aos processos de colonização que os estigmatizaram. Desta forma, aquele movimento organizou-se a partir de uma crítica ao aparato colonial moldada desde uma identidade pan-indígena e amparada por um discurso espiritual. Neste sentido, situaremos o surgimento das organizações two-spirit nos Estados Unidos, desde sua gênese, de modo a mais bem compreender suas contribuições epistemológicas
Desta forma, nosso intuito aqui será o de trazer sua perspectiva a respeito destes mecanismos de modo a privilegiar, por meio de suas experiências e perspectivas, o deslocamento epistêmico necessário para compreender os processos pelos quais categorias como colonialismo, poder, raça e saber foram e são operacionalizadas. De que forma esses processos nos permitem alcançar as fraturas do processo de colonização, compreendendo as políticas indigenistas como parte de um complexo de dispositivos de normalização e heteronormatização da vida indígena, em todos os seus aspectos?
Assim, nosso fio condutor será vislumbrar a gênese do movimento two-spirit nos Estados Unidos a fim de recuperá-lo, em seguida, enquanto crítica ao colonialismo em curso. |