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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 155-1

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


155-1

NOS BASTIDORES DO ESPETÁCULO: Bourdieu e os limites da arte

Autores:
Thiago Pinho1
1 UFBA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Resumo:
A produção artística, ou melhor, aquilo que se entende por arte, se desenvolveu ao longo dos tempos e dos acasos históricos, fazendo com que esse acréscimo de experiências condenasse sua autonomia a passar por uma surpreendente transformação. O sociólogo, agora, diante de uma arte decadente e indefesa frente ao corpo e a matéria, pode dissecar e apreender seus produtos, além de invadir a fortaleza do belo e questionar alguns de seus principais alicerces. Sem tabus, nem restrições, ao passo que Deus e a natureza se reduzem a um mesmo denominador arbitrário, a humanidade pode enfim reivindicar a posse de um mundo que desde sempre foi seu. A arte é uma dessas resultantes que só há pouco tempo, século XVIII, foi capturada pela historia e atormentada pelas suas influencias. Não mais etérea ou mesmo a priori, a produção artística nunca esteve tão vulnerável, mas ao mesmo tempo nunca esteve tão bela e tão disposta a cooperar com o sensível. Ao cair do véu de maia, não resta nada além das marcas cruéis do tempo por todos os lados, realçando, em contrapartida, o trágico e o cômico dos próprios fenômenos. Cabe á sociologia, essa espécie de ciência genética, diagnosticar um corpo como pano de fundo, destacando suas influencias e suas estratégias previsíveis. A própria recepção, nesse sentido, é apenas um ponto de chegada, um horizonte a ser desvelado, nunca um ponto de partida.