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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 174-1

Poster (Painel)


174-1

Mulheres em cárcere: percepções sobre a violência no limiar da sobrevivência ao dilaceramento do ser social.

Autores:
CRUZ, M. H. A. M. D.1, MARTINS, Herbert Toledo1
1 UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia CEP: 44380-000, 2 UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Resumo:
É fato que cada vez mais vem aumentando o número de mulheres encarceradas que segundo o Relatório de Informações Penitenciárias – INFOPEN MULHERES (2014), a população penitenciária feminina subiu de 5.601 para 37.380 detentas entre 2000 e 2014, havendo um crescimento de 567,4% em 15 anos. Bem como a ausência de políticas públicas dirigidas às mulheres presas, sendo elas, duplamente estigmatizadas como transgressoras da ordem social e de seu papel materno e familiar, principalmente quando se trata de uma sociedade que é fruto de ideologia machista e patriarcal. Esta investigação aborda a violência como forma de dilaceramento do ser social, através das necessidades de meios para prover a sua sobrevivência e/ou de sua família. Este estudo foi desenvolvido no Conjunto Penal de Feira de Santana-BA. Teve como objetivo desvelar como pensam as mulheres apenadas sobre as múltiplas faces da violência, bem como compreender os desafios da vulnerabilidade social interseccionada com a criminalidade numa sociedade capitalista que cada vez mais seduz e remete o indivíduo ao dilaceramento do ser. Foram aplicadas entrevistas semiestruturadas, além de observação sistemática e diário de campo. Os resultados apontaram para a prevalência de relatos de violência, vivenciada pelas mulheres em distintas fases de suas vidas, e praticada também nas suas mais distintas formas, sendo a etapa do encarceramento mais um degrau deste universo de violências sofridas e perpetradas.