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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 181-1

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


181-1

Acumulação de Capital na “Era Lula” e a Crítica da Razão Dualista

Autores:
LOBO, V.G1,2, PATEO, F. V1,3
1 MTB - Ministério do Trabalho , 2 UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 3 UNB - Universidade de Brasília

Resumo:
Na Crítica da Razão Dualista, Francisco de Oliveira, ao se aprofundar nas contradições estruturais da economia brasileira, expõe a afinidade funcional da expansão capitalista vigente a partir dos anos 30 com diferentes modos de dominação política, colocando as relações de produção ou, o esquema inter-setorial de exploração do trabalho, no centro da dinâmica acumulativa. Oliveira define, assim, como diz o mesmo, uma “rationale da acumulação” para o período, a qual tem nas diversas manifestações de dominação política da força de trabalho o seu principal fator e nas velocidades diferenciais de crescimento entre salários e produtividade – o que mantem elevadas as margens de lucro – a sua base econômica fundamental. A proposta deste artigo é comparar o modelo de acumulação apresentado por Oliveira na Crítica da Razão Dualista com a experiência vivenciada entre 2004 e 2011, a qual, em relação a essa base econômica, se apresenta contraposta ao modelo do mestre: assentou-se numa realidade em que os salários cresceram mais rápido do que a produtividade. Partindo da observação de alguns indicadores socioeconômicos, a ideia é expor quais premissas do modelo exposto por Oliveira se sustentam para analisar a acumulação no período em questão, tentando apontar, também, em que medida as contradições de tal modelo com a experiência na “Era Lula” não apontariam para premissas do pensamento de Celso Furtado, centro das críticas do autor na Crítica da Razão Dualista.