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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 282-1

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


282-1

Sem medo da torre de marfim: Theodor W. Adorno e a concepção marxista de teoria

Autores:
Bruna Della Torre1
1 USP - Universidade de São Paulo

Resumo:
Nem Marx, nem Adorno podem ser classificados de “sociólogos” stricto sensu sem maiores considerações; suas obras não se encaixam naquela sociologia que posteriormente iria se consolidar a partir das escolas francesa (Mauss e Durkheim) e alemã (Weber, Simmel, Tönnies). Contudo, enquanto Marx é considerado um dos fundadores da sociologia, porque demonstrou, entre outros, que por trás das relações econômicas tomadas pela Economia Política como naturais havia, na verdade, uma relação social, o lugar de Adorno não parece tão claro. São reconhecidas como contribuições sociológicas de Adorno principalmente as suas reflexões desenvolvidas junto com Marx Horkheimer a respeito da chamada tese da “integração do proletariado” e da crítica da cultura urdida a partir do conceito de “indústria cultural”. Esse artigo tem como objetivo discutir o “fazer teórico”, tal como ele aparece problematizado na obra de Adorno a partir das noções marxianas de “teoria” e de “práxis”. A ideia é retomar textos poucos lidos na sociologia como, por exemplo, “Notas marginais sobre teoria e prática” e a Dialética Negativa tendo em vista a interpretação e a tentativa de atualização do pensamento de Marx presente nesses textos. Finalmente, trata-se de discutir a defesa da autonomia do fazer teórico presente nesses textos frente às várias demandas da “práxis” manifestas, seja no acionismo dos movimentos sociais, seja no positivismo empiricista.