Poster (Painel)
291-2 | A REINVENÇÃO DOS “LUGARES PERIGOSOS”: PESQUISANDO O CONJUNTO MUCAJÁ | Autores: | SILVA, R.T1, CARVALHO, A.H.A1
1 UNIFAP - Universidade Federal do Amapá, 2 UNIFAP - Universidade Federal do Amapá |
Resumo: O presente trabalho foi construído a partir do relatório final apresentado como conclusão do Programa de Iniciação Científica – PROVIC, da Universidade Federal do Amapá. Objetiva analisar as representações da violência urbana, sob as formas de furtos, roubos e latrocínios, presentes nos jornais de Macapá/AP, tendo em vista o Conjunto Habitacional Mucajá. O recorte da pesquisa privilegiou discutir como o “mundo do crime” é construído nos cadernos policiais e de que modo a violência criminal é apresentada como algo pertinente ao outro, sob a lógica de uma alteridade demonizada, bem como buscou compreender as percepções de medo e insegurança dos habitantes do Mucajá. A pesquisa, de cunho qualitativo, se desenvolveu por meio de pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Segundo a narrativa dos jornais, o Mucajá é um antro de bandidos, o ponto de origem de diversas práticas criminosas. Esse discurso generalizante de origem do mal é incorporado, mas também relativizado pelos moradores: os entrevistados se declaram trabalhadores e “bons” cidadãos, questionando o estereótipo de que no Mucajá só há bandidos; ao mesmo tempo reconhecem que há moradores que pertencem ao mundo do crime: são eles os responsáveis pela má fama do local e pela sensação de perigo e insegurança entre os residentes. Dessa forma, o ciclo parece não ter fim: a narrativa do medo, da insegurança e da suspeição generalizada é reproduzida pela mídia e pelos próprios residentes do Conjunto. |