Oral Completa
294-1 | Agricultores, industriais e novas institucionalidades: acordos e conflitos no território da agroindústria conserveira gaúcha | Autores: | FERREIRA, L.S1 1 UFSM - Universidade Federal de Santa Maria |
Resumo: A indústria de conservas de frutas e hortaliças gaúcha surgiu em fins do século XIX e se tornou a principal atividade econômica de Pelotas e municípios vizinhos até fins dos anos 1980. Nos anos 90 a maioria das empresas encerrou suas atividades, ao mesmo tempo que ampliou a produtividade industrial e rural. Trata-se de um segmento marcado por políticas protecionistas e por incentivos estatais à modernização agrícola e industrial, no que se destaca a atuação da Embrapa e Emater. Para contrabalançar a dependência e o poder da indústria tem surgido instituições representativa dos agricultores, a exemplo do Comitê de Fruticultura. Nesse mesmo sentido, a Cadeia Produtiva de Frutas e Hortaliças (CAFH) promove ações a partir do mote do desenvolvimento sustentável e responsabilidade social. O sindicato dos trabalhadores rurais tem sido um ator relevante, mas com dificuldade de se mobilizar em oposição à vulnerabilidade da agricultura familiar. O presente artigo toma por base pesquisa documental, bem como entrevistas realizadas com agricultores, empresários e instituições representativas e de fomento. Busca-se compreender o lugar dos agricultores nessa cadeia produtiva, observando as relações de autonomia e/ou dependência entre os diferentes agentes econômicos. Atenta-se para a atuação desses atores na arena pública, no que tange as políticas de desenvolvimento e ao ambiente institucional, considerando o território como espaço de visões de mundo e de disputas de poder. |