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303-1 | RACIONALIZAÇÃO E NATUREZA: CONTRIBUIÇÕES DE MAX WEBER PARA COMPREENDER AS REGIÕES DE ESPECISMO INTENSIVO E OUTROS DESAFIOS DA ÉTICA SOCIOECOLÓGICA | Autores: | Bruna Bolda1, Luciano Florit1, Josué de Souza1 1 FURB - Fundação Universidade Regional de Blumenau |
Resumo: Este trabalho é resultado da pesquisa de mesmo título, de financiamento PIPe Art. 170, na qual objetivou-se compreender as relações existentes entre o processo de racionalização ocidental moderno e o tratamento meramente instrumental da natureza e dos seres sencientes não humanos. Para tanto, recorreu-se a uma pesquisa bibliográfica, documental e ao estudo de caso do especismo intensivo como padrão de desenvolvimento da microrregião de Concórdia/SC, sendo que este último já vinha sendo desenvolvido na instituição. A racionalização é o processo social no qual se institucionaliza uma ação social. No contexto social específico da sociedade ocidental moderna, a ação racional com relação a fins impulsionou o processo de racionalização e disseminação da racionalidade instrumental. Quanto mais se expande essa ação social, mais as relações intersubjetivas entre os agentes e a natureza tornam-se instrumentais. No tocante à Concórdia/SC, tendo em vista o oligopsônio da empresa Brasil Foods no mercado de trabalho regional e a importância econômica do setor, normatizou-se a concepção de “vocação regional” para o abate de animais. Com isso, conclui-se que a naturalização e rotinização com que o especismo intensivo se expressa nas relações sociais da região (na exploração histórica do trabalho e dos animais) é resultado de um processo peculiar e especialmente intenso de racionalização e de difusão da racionalidade instrumental com relação à natureza e os seres vivos humanos e não humanos. |