Oral Curta (5 mim) - Somente GT
307-1 | A violência no território e as implicações no processo de trabalho dos agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família na cidade de São Paulo. | Autores: | Juliana Feliciano de Almeida2, Thais Fonseca Lima2, PERES, M. F. T.2 2 FMUSP - Departamento Medicina Preventiva, 3 FMUSP - Universidade de São Paulo |
Resumo: A proposta aborda uma questão ainda incipiente no debate na saúde coletiva e na construção e implementação das políticas públicas, a saber, a influência da violência no território, designada como “violência urbana”, na conformação das ações na atenção primária (APS), mais especificamente, no trabalho dos agentes comunitários (ACS) que atuam na linha de frente do serviço.
A APS é uma política de universalização do acesso à saúde que pressupõe maior aproximação das equipes de saúde com as realidades e problemas enfrentados pelos usuários nos diferentes contextos sociais, econômicos e territoriais.
Nesse sentido, a violência urbana é uma realidade que regula o cotidiano das populações e das equipes. É, ainda, um desafio, pois os recursos e as respostas que são mobilizados para lidar com essa, não dependem somente dos protocolos estabelecidos pelo setor saúde ou de algum princípio normativo idealizado.
A metodologia adotada no estudo foi qualitativa, com base em entrevistas semi estruturadas utilizando o referencial das representações sociais. Para os ACS, a violência está associada ao tráfico, ao uso de drogas e a presença arbitrária da polícia, repercutindo no processo de implementação das ações e nos vínculos normativos e relacionais criados com os usuários. Habilidades individuais dos ACS, por outro lado, facilitam o acesso a certos usuários de difícil abordagem, sendo possível desenvolver ações importantes, embora pontuais, de promoção e prevenção à saúde.
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