Oral Curta (5 mim) - Somente GT
346-1 | Quando o transtorno mental retira o protagonista de cena | Autores: | GIUSTI, K.G.1,1 1 UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, 2 UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, 3 UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina |
Resumo: Vivemos em uma sociedade onde problemas coletivos e sociais são gerenciados pelo processo de medicalização que, atualmente, avança a passos largos sobre todas as esferas da vida, diagnosticando fatos cotidianos e ocultando desigualdades. Os problemas de origem social, histórica e política são transformados em problemas individuais, inerentes ao sujeito e solucionados no plano biológico. De acordo com dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais são uma das maiores causas de incapacitação no mundo. Transtornos como a depressão e a bipolaridade serão as maiores causas de incidência de doenças até 2030. A despeito da ausência de consenso quanto às causas das doenças, o tratamento medicamentoso é praticamente unanimidade. Dentro desta perspectiva, a medicalização seria a justificativa científica para a normalização da vida, com o objetivo de obtenção máxima das capacidades individuais para o desempenho esperado socialmente. Esse fato se dá pela assunção dos comportamos considerados desviantes como transtornos médicos e que, portanto, devem ser diagnosticados e tratados como patologias. Este artigo propõe uma reflexão crítica sobre o processo de medicalização e a chamada ‘epidemia de doenças mentais’, que tem provocado o afastamento de centenas de indivíduos de suas atividades cotidianas no Brasil nos últimos cinco anos. |