Poster (Painel)
366-1 | Mobilidade espacial e produtividade científica: uma análise dos cientistas políticos | Autores: | PEREIRA, L.M1 1 UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro |
Resumo: Estudos sobre gênero e produtividade científica produzem um campo de análise fértil acerca das desigualdades tangentes no mundo científico, assim como a mobilidade espacial das trajetórias acadêmicas. Nesse sentido, a desigualdade nas carreiras femininas são reflexo da estrutura científica, que se desenvolveu androcentricamente, e da divisão sexual do trabalho, que feminiza certas áreas em detrimento de outras, mais rígidas e reconhecidas. Além do perfil sexuado dos pesquisadores por áreas de conhecimento, a mobilidade espacial indica quem configura a elite acadêmica.
Analisando as ciências humanas, as mulheres são maioria, desde a conquista do acesso ao saber, após o movimento feminista, porém, elas vem fazendo caminho reverso e mais homens vem ocupando esse espaço. Através dos dados dos bolsistas de produtividade desse campo, alguns elementos entram em debate sobre a produtividade científica, indicando um perfil de pesquisador: homens, se inserindo em peso, concentrados no Sudeste em instituições de longa trajetória e com altas notas alcançadas na Capes. Assim, a teoria do efeito Mateus mostra como funciona o sistema dessa elite acadêmica: aqueles que tem será dado mais (investimento), enquanto os que não tem precisam do dobro para receber. Este trabalho foca na área da ciência política, sendo uma das áreas mais conservadoras das humanidades, que representa esse perfil da entrada dos homens e concentração da produção científica no Sudeste e em instituições de ponta.
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