Oral Curta (5 mim) - Somente GT
407-1 | Raymond Williams e os estudos culturais | Autores: | Ugo Rivetti1 1 USP - Universidade de São Paulo |
Resumo: Segundo Stuart Hall, os textos de Raymond Williams do final dos anos 1950 seriam os marcos fundadores dos estudos culturais. Contudo, como autores como Terry Eagleton, Fredric Jameson e o próprio Hall notaram, a partir dos anos 1960, certos deslocamentos produziram mudanças importantes nessa corrente. Assim, enquanto aquelas análises de Williams se distinguiam pelo interesse pelas questões da cultura, da experiência e da consciência, e pela ênfase no agenciamento, as décadas seguintes presenciaram, por um lado, um peso cada vez maior de abordagens estruturalistas e, por outro, uma ênfase crescente nas novas identidades coletivas.
Esta proposta de trabalho pretende assinalar as divergências entre a obra de Williams e esses desenvolvimentos posteriores. Assim, enquanto os anos 1960 testemunharam uma crescente ênfase em novas identidades coletivas, em novos atores sociais e em novas temáticas que, segundo se pensava, não caberiam mais na categoria “classe social” e nos esquemas teóricos do marxismo, Williams percorre um caminho diverso, desenvolvendo análises justamente interessadas nos processos históricos de longa duração e na totalidade social, colocando as classes e a luta de classes em primeiro lugar.
Assim, enfatizando as divergências, pretende-se abordar a relação de Williams com os estudos culturais a partir de uma nova chave, o que, segundo me parece, permitirá abordar também o desenvolvimento dos estudos culturais a partir de uma visada original.
|