Oral Completa
461-1 | Arte naif e mercado pictórico, a constituição de valores estéticos e monetários. | Autores: | Gerciane Maria da Costa Oliveira1 1 UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi-Árido |
Resumo: O presente trabalho visa discutir sobre o papel do mercado de arte no trabalho de valoração das produções dos chamados pintores naifs. Compreendendo a instância mercadológica como um espaço de formação e recriação permanente de valores (MOULIN, 2007), pretende-se abordar a atuação do mercado de arte primário e secundário na valoração monetária e estética da pintura naif brasileira. Com a presença de casas específicas para o comércio do estilo naif, localizadas, sobretudo, no eixo Rio-São Paulo, estruturam-se canais mercadológicos formais propulsores à colocação destes produtores “marginais” no interior do fluxo comercial oficial das artes, ainda que sob ressalva de majoração. Operado por meio de seleção de acervos e coleções, este processo de categorização funciona como um farol para orientar o recrutamento e a delimitação de manifestações estéticas que podem ser inclusas no seio da nomenclatura e que, portanto, devem ser reconhecidas como legítimas obras artísticas. Neste mesmo sentido, a inserção de artistas como José da Silva (1909-1996), Chico da Silva (1922-1985) e Cardosinho (1861-1947) no âmbito do mercado secundário, espaço onde se realiza essencialmente a revenda de obras de arte, incorre, simultaneamente, sobre a maximização de preços e consolidação de posição dos artistas. |