Oral Completa
463-1 | Reconhecimento e invisibilidade no discurso econômico sobre as formas familiares de produção e a abordagem da superioridade das explorações patronais no rural brasileiro | Autores: | PICCIN, M. B.1, NEUMANN, P. S.1
1 UFSM - Universidade Federal de Santa Maria |
Resumo: Nos últimos anos surgiram estudos que procuram reforçar e demonstrar a superioridade do chamado agronegócio e da grande propriedade rural no Brasil. Esses estudos, baseados no Censo Agropecuário de 2006, decretam que grande parte dos estabelecimentos familiares só produzem para o autoconsumo e não geram receita; de que a vasta maioria dos estabelecimentos familiares se tornarão redundantes; e que, portanto, seria mais adequado políticas compensatórias a esses setores da agricultura familiar e não políticas de estímulo e desenvolvimento. O argumento se funda na superioridade econômica da grande exploração agropecuária. Este artigo polemiza com essa tese e chega a conclusões inversas a partir da análise do mesmo Censo. A pesar de que é reducionista considerar o desenvolvimento apenas do ponto de vista do crescimento econômico, como fazem os autores, demonstraremos que os pressupostos utilizados pelos mesmos na montagem dos dados os conduzem a conclusões apressadas mesmo sob esse aspecto. O artigo problematizará questões metodológicas no recorte dos dados, depois serão analisados dados do conjunto do país e do Rio Grande do Sul. Posteriormente a opção será analisar dois conjuntos de municípios deste estado: um caracterizado por grandes estabelecimentos patronais e outro caracterizado por estabelecimentos familiares. Os resultados que saem de uma nova organização dos dados em nada adoçam as conclusões que marginalizam os setores familiares do campo brasileiro |