Oral Curta (5 mim) - Somente GT
528-1 | Conflitos entorno da utilização d’água em Assentamentos rurais: a relação entre assentados e Comitês de Bacia | Autores: | Alexsandro Arbarotti1 1 PPGS-UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos |
Resumo: O objetivo do presente trabalho é demonstrar como se dão os conflitos entre assentados e Comitês de Bacias no Assentamento Reunidas, no estado de São Paulo. No ano de 1991 São Paulo adotou um modelo de gestão participativa dos recursos hídricos, inspirado no modelo francês. E desde 2010 no Comitê Tiête-Batalha, iniciou-se estudos para a viabilização da cobrança do uso de água na agricultura. Entretanto, os assentados não foram consultados e somente souberam da possibilidade de cobrança devido ao levantamento dos poços realizado pelo Comitê. Este fato gerou um descontentamento por parte dos assentados que afirmam não concordar com a implementação dessa lei. Eis que se estabeleceu um conflito de lógicas e concepções sobre a água entre assentados e Comitê. Pois de um lado vemos a lógica estatal e técnica, por parte do Comitê, e por outro a lógica tradicional de livre acesso a água, dos assentados. Todavia, esses conflitos não aparecem no cotidiano de forma declarada com a formação de um movimento ou de um grupo, como foi no processo de luta para conquista da terra, mas sim na intenção de contornar a regra por meio de uma resistência cotidiana ou pela sabotagem. Esse tipo de resistência, portanto, só é possível graças aos conhecimentos e a estreita relação que os assentados possuem com a terra, que lhes conferem elementos para “fingir” aceitar a regra e continuar com a suas práticas costumeiras. E assim, o que se percebe é um levante silencioso e sutil. |