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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 533-2

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


533-2

A MEDIDA DA FAMÍLIA NO DESEMPENHO ESCOLAR: CAPITAL CULTURAL, DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E NÃO COGNITIVO

Autores:
Patricia Bandeira de Melo1, Isabel Raposo1, Michela Camboim1, Luís Henrique Campos1
1 FUNDAJ - Fundação Joaquim Nabuco, 2 FUNDAJ - Fundação Joaquim Nabuco, 3 FUNDAJ - Fundação Joaquim Nabuco, 4 FUNDAJ - Fundação Joaquim Nabuco

Resumo:
O objetivo desse artigo é apresentar uma mensuração acerca da importância do capital cultural familiar para o desenvolvimento de 4.191 alunos do 6º ano de 120 escolas públicas da cidade do Recife (PE), a partir da utilização de uma base de dados da Fundação Joaquim Nabuco de 2013. A novidade que é trazida aqui é a construção de um índice sintético obtido por meio do método de Análise de Correspondência Múltipla que captura o capital cultural familiar – compreendido de forma ampla a partir da reunião de recursos econômicos, culturais e o envolvimento dos pais nas relações de cuidado. O capital cultural consiste num repertório compartilhado desde a origem pelo indivíduo em suas condições de existência, um conjunto de esquemas assimilados e repartidos, que se multiplica inventivamente na trajetória de vida de cada um. Na etapa da escolarização, o capital cultural de origem se mescla ao capital escolar. O capital cultural é muitas vezes ignorado como um patrimônio e visto como uma habilidade natural quando, na verdade, é resultado de um trabalho vigoroso, em especial nas classes superiores, sendo muitas vezes fruto de investimentos educacionais e culturais elevados. Já é recorrente na literatura da sociologia da educação a ênfase da relação entre as habilidades escolares dos alunos e o capital cultural familiar. A intenção aqui é apontar em que medida o capital cultural familiar se relaciona ao desempenho cognitivo e não cognitivo dos estudantes.