Oral Curta (5 mim) - Somente GT
546-1 | Modernização e Reprodução Social à Brasileira: relações entre desigualdades sociais e escolares
| Autores: | Fernando Gonçalves de Gonçalves1 1 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul |
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar a morfologia das relações entre desigualdades sociais e educacionais no Brasil. A teoria da reprodução postula uma forte relação entre desigualdades sociais e escolares. Não obstante, essa teoria vem sendo discutida criticamente por sociólogos como Boudon, Lahire e outros. Dubet, em especial, demonstra, em suas análises empíricas com países centrais da modernidade, a complexidade dessa relação. Além do modelo clássico, postulado por Bourdieu e Passeron, o autor identifica dois outros tipos ideais de relações entre desigualdades sociais e escolares, o da “fluidez” e o da “desarticulação”. Assim, cabe-se questionar qual desses modelos – ou nenhum deles – seria adequado para entender contextos de modernização seletiva, como o brasileiro, onde valores pré-modernos convivem com valores típicos da modernidade. Como método de produção de dados utilizam-se dados secundários do PISA (OCDE), bem como do Banco Mundial, do World Value Survey e de outras fontes internacionais. Como método de análise, utiliza-se a análise geométrica de dados, correlação e regressão. Os resultados preliminares indicam a não-linearidade da relação de qualquer uma das categorias acima mencionadas. O Brasil e, em certa medida, os demais países da América Latina parecem operar sob uma lógica de radicalização do modelo tradicional da teoria da reprodução (no qual se encaixam países centrais como França, Alemanha e Estados Unidos), mas que não se reduz a ela. |