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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 570-1

Poster (Painel)


570-1

Walter Benjamin e Charles Baudelaire: a modernidade em diálogo

Autores:
LOURENÇO, A.1
1 PUC-CAMPINAS - Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Resumo:
A interpretação acerca da modernidade constitui-se como um dos mais nucleares debates na obra de Walter Benjamin. Seu interesse pelo tema do messianismo judaico influiu na compreensão da modernidade como uma teoria da catástrofe. Tal perspectiva pode ser observada em seus inúmeros ensaios que toma Charles Baudelaire como referência para construir sua concepção do fenômeno moderno. Nesses trabalhos, nota-se que a urbanização desenfreada de Paris ao longo do século XIX promoveu uma mudança radical nas relações sociais. Benjamin interpretou esse processo, parafraseando o poeta francês, como o desaparecimento da aura: a destruição da experiência visual e o triunfo da efemeridade, do choque. Contudo, longe de se assentar em algum tipo de fatalismo, tanto Benjamin como Baudelaire captaram a imagem de artistas que representam um impasse a esse processo, haja vista o resgate que estabelecem em face do flâneur. A flânerie marcou o triunfo do prazer de olhar, ela celebrou a distração, ela marcou a posse da individualidade do artista nas cidades. Nesse sentido, a natureza da vivência moderna foi interpretada, portanto, como a postura de insegurança promovida por uma espécie de super estímulo visual. A técnica, assim, longe de corresponder aos pressupostos positivistas de neutralidade e progresso, foi desvelada por Benjamin enquanto motor de empobrecimento da experiência.