Oral Curta (5 mim) - Somente GT
579-1 | Antonio Candido: desafios e limites da crítica | Autores: | PAIXÃO, Alexandro Henrique1
1 FE/UNICAMP - Faculdade de Educação da UNICAMP |
Resumo: São conhecidas as teses de Candido sobre a penúria cultural nacional, consequência de uma sociedade estamental-escravista e analfabeta, como a do Rio de Janeiro oitocentista. O assunto irradia-se por livros e ensaios exemplares do crítico e sociólogo, mas é nos escritos de 1960-1970, como em Literatura e Sociedade e “Literatura e subdesenvolvimento”, que as ausências se apresentam como um problema sociológico, ligado à carência de um público que fosse portador e suporte da literatura. Se, por um lado, Candido mobiliza categorias, como público, para pensar literatura e sociedade em sua interação dinâmica, por outro, sua crítica, ao refletir sobre nossas contradições sociais, ocupa-se mais da elaboração de um cânone literário, do que da formação do gosto. Pensar o gosto é refletir sobre variados grupos sociais letrados e suas tendências, enquanto concentrar-se no cânone é filiar-se a convenções do universo das elites. Pensando nisso e naquilo que anuncia a Introdução à Crítica da Economia Política, sobre a dificuldade da interpretação ser menos compreender como a arte está ligada a formas do desenvolvimento social e mais o fato de ela nos proporcionar prazer estético, pergunto por que o raciocínio crítico de Candido abdicou, em seus estudos sobre “os romantismos”, do gosto por escritores de sucesso popular como Ann Radcliffe e Alexandre Dumas. Recuperar suas teses e novas fontes de pesquisa para refletir os desafios e limites da sua crítica é nosso objetivo aqui. |