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Trabalho, família e desigualdade na carreira dos cientistas sociais: diferentes perspectivas de tempo de acordo com o gênero | Autores: | Silva, P. C. N. 1 1 UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro |
Resumo: Considerando a categoria tempo e as vivências temporais na sociedade contemporânea flexível, objetivamos discutir a relação entre trabalho, família e carreira entre os cientistas sociais. A análise centra-se num estrato específico desta categoria profissional: professores-pesquisadores de programas de pós-graduação em ciências sociais, Bolsistas de Produtividade (CNPq) e presidência de associações científicas da área. Argumenta-se que há uma desigualdade de distribuição temporal por gênero que, somada à visão tradicional de divisão sexual do trabalho, incide nas possibilidades de acesso das mulheres aos cargos de status hierarquicamente superiores no campo científico. Este trabalho é fruto de pesquisa sobre o tema: resultados do doutorado de minha orientadora (Marina Cordeiro, UFRRJ) e levantamento estatístico através de projeto institucional desde o ano de 2015. Qualitativamente, baseia-se em entrevistas semi-estruturadas com professores-doutores da amostra de sete PPGs considerando as três sub-áreas das ciências sociais (base e topo da classificação da Capes). Quantitativamente, em dados oficiais sobre a pós-graduação e construção de banco de dados a partir dos currículos Lattes dos docentes da amostra, composição das organizações científicas ao longo dos anos e bolsistas PQ-CNPq. Aponta-se para a existência de uma “corrida generalizada contra o tempo” entre os cientistas sociais, incidindo de forma mais significativa sobre as carreiras das mães do que dos pais-cientistas. |