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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 613-1

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


613-1

As organizações sociais e a agroindústria do dendê no Nordeste paraense: consensos e dissensos

Autores:
Heribert Schmitz1, Jorge Lucas G. S. Neves1
1 UFPA - Universidade Federal do Pará

Resumo:
A integração de agricultores familiares à agroindústria para a produção de dendeicultura por meio de contratos de longo prazo constitui um dos temas mais debatidos pelas organizações não-governamentais, movimentos sociais, órgãos governamentais e academia no Pará nesta última década. As controvérsias giram em torno de dois discursos: os que se posicionam contra a produção desta commodity sob a alegação de agravamento de problemas ambientais pelo monocultivo, subordinação dos agricultores, expropriação de terras e êxodo rural; e os que são favoráveis sob os argumentos de que a dendeicultura significa reflorestamento, gera empregos e cria oportunidades para a agricultura familiar (permanência na sua terra, aumento de renda e acesso ao crédito). Neste contexto de tensões, o objetivo do artigo é analisar como as organizações sociais atuam nos processos de rejeição/adesão dos agricultores familiares à dendeicultura. A pesquisa foi realizada no município de Concórdia do Pará, no Nordeste paraense por meio de entrevistas com agricultores integrados e não integrados, lideranças de movimentos sociais e de sindicatos rurais. As principais conclusões apontam que mesmo entre os sindicados há argumentos diferenciados entre os que apoiam e os que rejeitam à dendeicultura como uma estratégia para o desenvolvimento. Agrava a questão o fato de que os agricultores necessitam de apoio para diminuir a fragilidade frente a grandes empresas.