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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 630-1

Poster (Painel)


630-1

ARTE SOCIALMENTE ENGAJADA COMO ESTRATÉGIA PARA PROBLEMATIZAR A DITADURA MILITAR NO ESPIRITO SANTO

Autores:
EVELYN PINHEIRO1
1 UFES - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Resumo:
A arte socialmente engajada pode ser definida como práticas artísticas de caráter interventivo, participativo e processual que se propõem a problematizar questões socioambientais. Essa forma de ativismo consolida-se, para Paulo Raposo, como reivindicação social e ruptura artística. “Artivistas” brasileiros consagrados como Cildo Meirelles e Artur Barrio usaram o regime militar brasileiro como base de seus projetos sociais, definidos por Frederico Morais como contra-arte ou arte de guerrilha. Esse estudo de mestrado em andamento aborda a poética de um artista social - Rafael Pagatini - que assume a Ditadura Militar e seu impacto na formação e no crescimento populacional e econômico durante o processo de modernização do Espírito Santo. A pesquisa analisou sua trajetória durante a preparação e montagem da exposição Fissuras que aconteceu no MIS, em São Paulo, em 2016. Por meio das relações entre arte, política e história, a mostra apresenta o discurso do progresso, suas formas de construção da memória e do poder, a participação de empresas privadas no governo militar, a perseguição a organizações sociais pelo DOPS/ES e o modelo de família favorável ao golpe promovendo uma profunda reflexão sobre a ditadura e a sociedade contemporânea. A etnografia de Fissuras permite complexificar a relação entre arte e política e traz a arte como potente e criativa estratégia para refletir sobre questões sociais, estreitando seu diálogo com a Sociologia.