Oral Curta (5 mim) - Somente GT
661-1 | O cuidado de pessoas com Doença de Alzheimer dentro da família e as reelaborações de laços de cuidado entre gerações | Autores: | Cíntia Liara Engel1 1 UNB - Universidade de Brasília |
Resumo: Uma pessoa com Doença de Alzheimer necessita de cuidados para dar conta de habitar um cotidiano. Com o avançar da doença, laços de cuidado, assim como distribuições de poder, são refeitas e readaptadas dentro da família, envolvendo uma série de estratégias e disputas na reelaboração das atribuições e funções entre as gerações. A experiência com a doença pode reforçar posições já estabelecidas ou pode significar uma nova atribuição de papeis e dinâmicas de convivência. Assim, observando algumas famílias que conheci no Centro de Referência para Portadores da Doença de Alzheimer do Hospital Universitário de Brasília, discorro sobre como, em situações de cuidado e doença, a família funciona enquanto um lócus privilegiado das (re)estruturações de gênero, em intersecção com a geração. Ao se depararem com parentes que passam pela experiência cotidiana descrita, sujeitos organizados em famílias diversas passam a definir quem fará o quê em termos de cuidado, ficando, na maior parte dos casos, as atribuições cotidianas focadas em uma mulher. Essa cuidadora principal é interpelada a partir de ideias e sentimentos que definiriam quem seria “mais apta” ao cuidado, ou que teria “maior senso de responsabilidade com a família”. Desta forma, procuro evidenciar, nas relações estabelecidas entre homens e mulheres de diferentes gerações, de que modo a condição de gênero vai se desenvolvendo e configurando as possibilidades de engajamentos afetivos, profissionais e relacionais dos indivíduos. |