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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 749-1

Oral Completa


749-1

Onde estão as mulheres espíritas? Funções, status e habilidades entre homens e mulheres no espiritismo

Autores:
Célia Arribas1, Célia Arribas1
1 UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora

Resumo:
Segundo a Doutrina Espírita, a condição de mulher ou de homem são apenas maneiras distintas de se experimentar a existência humana rumo ao desenvolvimento intra e interpessoal. Em essência, todos são espíritos, logo, não têm sexo. Assim, se está homem ou mulher em cada encarnação. As diferenças entre os gêneros, portanto, não assinalam – ou pelo menos não deveriam assinalar – nenhum tipo de inferioridade física, social, psicológica ou moral. A questão é que o sexismo está presente em todas as culturas, e o tratamento a mulheres em diferentes religiões tende a refletir isso. Historicamente, as religiões são um campo de investimento masculino. Os homens dominam a produção do que é “sagrado”, definindo normas, regras e doutrinas. As mulheres continuam ausentes dos espaços definidores das crenças e o seu investimento dá-se, frequentemente, no campo da prática religiosa, nos rituais, na transmissão, como guardiãs da memória do grupo. No espiritismo isso não é diferente. Por mais que teoricamente se coloque a questão da igualdade, na prática o papel da mulher espírita está circunscrito a determinadas tarefas e funções que reproduzem os papéis de gênero. Ainda assim, há mulheres no meio espírita que detêm e exercem certa autoridade e por isso mesmo são reconhecidas. O objetivo desta apresentação é precisamente identificar quais tipos de autoridade cabem às mulheres espíritas e quais atributos, competências e habilidades lhes estão associados.