Oral Curta (5 mim) - Somente GT
759-1 | A performance do mito? Empresariados do “fracasso” e a dinâmica regional do poder | Autores: | Spolle, Marcus Vinicius1,1, Leite, Elaine 1, Cantarelli, Vanesca P.T1,1 1 UFPEL - Universidade Federal de Pelotas , 2 UFPEL - Universidade Federal de Pelotas, 3 UFPEL - Universidade Federal de Pelotas |
Resumo: Essa comunicação visa desvelar as percepções que envolvem a performance da teoria do contraste metade-norte e metade-sul como a “principal” teoria histórica e explicativa do atual desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul. Essa teoria sustenta a tese que distingue a metade-sul como atrasada pois, historicamente, marcada pelo latifúndio, e por um conservadorismo (familismo) que inibiu o desenvolvimento de um “espírito empreendedor”, forte característica da “metade-norte”, que registra um passado marcado pela pequena propriedade, pela economia de subsistência. Essa teoria revela o passado de colonização do início do século XX e, ainda reflete na realidade sócio-política da região. Entretanto, buscamos problematizar como essa teoria tornou-se recorrente nas explicações do senso comum do gaúcho. Para isso, adentramos no mundo das famílias locais que mantém negócios próprios (médios e pequenos empresários) e estão em evidência, nos últimos anos, participando da principal feira de exposição da cidade de Pelotas (Fenadoce). Assim, notamos a recorrência de um discurso do “atraso” e do “fracasso”; a performance do mito, pairando sobre a dinâmica econômica local, que subjetivamente “se fecha” para o “novo” espírito empreendedor; e, que, no entanto, sustenta as (antigas) formas de organizações (políticas e econômicas) e poder concentradas nas tradicionais famílias pelotenses. Além dos depoimentos, analisaremos os dados sobre atividades comerciais na associação comercial/RS. |