Oral Curta (5 mim) - Somente GT
761-1 | Percepções de elites políticas brasileiras sobre desigualdades sociais e políticas de (re)distribuição de recursos socialmente valorizados do fim da escravidão à Era Vargas | Autores: | MARQUES, J.1,2 1 IESP-UERJ - Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, 2 FGV/CPDOC - Escola de Ciências Sociais da FGV |
Resumo: Percepções de elites sobre desigualdade e justiça parecem afetar, historicamente, o papel da política na coletivização de recursos? O que é considerado desejável ou indesejável, possível ou impossível expressa diferentes graus de tolerância para com desigualdades, implica em diferenciação de papéis sociais e define para que serve a política. Parte da explicação de por que países enquadram diferentes tipos de desigualdade como “problemas sociais” e desenvolvem arranjos coletivos para com eles lidar passa pelas atitudes das elites. Se, por um lado, o que determinou a possibilidade de redistribuição pode ser explicado por uma mudança na balança de poder entre grupos de interesse e a crescente capacidade administrativa do Estado, por outro, este processo não esteve apartado de um elemento moral e sócio-cognitivo ou ideológico. Busco mapear percepções de elites políticas brasileiras de fins do século 19 até a 1ª metade do século 20, no legislativo, executivo e judiciário, e apresentar novas pistas sobre como elas entenderam e lidaram, ao longo do tempo, com situações de pobreza e de desigualdade, conformando variados status de “cidadania” no Brasil. Metodologicamente, viso uma análise de conteúdo, auxiliada pelo recurso quantitativo da modelagem de tópicos, seguida de uma análise qualitativa e densa de discurso, que leva em consideração o contexto sócio-político e a co-construção da realidade a partir da linguagem, com suas particularidades sintático-semânticas. |