Oral Curta (5 mim) - Somente GT
802-1 | “Vai ter briga no lago”: contendas entre pescadores e artesãs no manejo do pirarucu na Reserva Amanã- Amazonas | Autores: | Marilia de Jesus da Silva e Sousa1, Peralta1, Oliveira1 1 IDSM - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, 2 IDSM - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, 3 IDSM - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá |
Resumo: A pesca é uma das principais fontes de alimentação e renda e o pirarucu (Arapaima gigas) destaca-se como a espécie de maior importância econômica para as comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (AM).
Com a sobrepesca do pirarucu uma portaria determinou a proibição no Amazonas, da captura e venda de pirarucus, sendo permitida somente quando realizada através da pesca manejada ou dos criatórios. Este estudo de caso examina os embates políticos envolvendo pescadores e um grupo de mulheres no manejo comunitário do pirarucu Reserva Amanã. Realizamos observação participante e entrevistas com 18 mulheres e lideranças locais. Em 2002 a Associação de Produtores do Setor Coraci implementa o manejo do pirarucu com uma cota de 120 pirarucus, sendo um peixe destinado as mulheres associadas, que embora não atuassem como pescadoras, a prerrogativa de sócias lhes garantia direito de acesso a partilha. Em 2003 e 2004 a parte das mulheres foi mantida, mas em 2005, a assembléia geral delibera pela retirada da cota das mulheres que passam a questionar a decisão. Surge uma contenda com uma parcela dos pescadores que discorda deste direito alegando que as mulheres não são pescadoras e que elas já estão sendo beneficiadas com a venda de artesanato. A decisão suscitou conflitos entre pescadores e artesãs que se sentiam constrangidas nas reuniões, lesadas nos seus direitos e excluídas dos benefícios de um manejo, ocasionando na ausência das mulheres das atividades associativas.
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