Oral Curta (5 mim) - Somente GT
823-1 | A educação exilada: Fernando de Azevedo e a escrita da história da educação brasileira | Autores: | SOUZA, C.E.D.1 1 USP - Universidade de São Paulo |
Resumo: Tal qual o Colégio Caraça, esquecido pela historiografia e retomado por Mariza de Andrade, outras instituições de ensino do Oitocentos, se não esquecidas, continuam a ser analisadas pela perspectiva lançada por intelectuais dos anos 20. Dentre eles, tem destaque Fernando de Azevedo, cuja obra A Cultura Brasileira deixou profundas marcas na escrita da história da educação. As marcas do latifúndio e da escravidão não teriam permitido avanços sobre a dinâmica colonial, de cunho exclusivista, pautada por uma cultura literária própria às elites. Sua análise fez escola: trinta anos depois da primeira edição da obra, Maria de Lourdes Haidar, em O Ensino Secundário no Império Brasileiro, retoma e amplia o argumento de Azevedo. Em que pesem avanços em termos de metodologia, que liga a análise institucional às dinâmicas políticas, a autora sobrevaloriza o aspecto centralizador da monarquia frente às dinâmicas locais, esvaziadas de sentido pelo controle que o governo central possuía dos exames de acesso às academias. Este texto tem como objetivo discutir a interpretação proposta por Fernando de Azevedo à luz de algumas possibilidades de investigação metodológica abertas por Maria Haidar. Com isso, espera-se concluir pela necessidade de uma leitura dessas obras tanto em termos de sua inserção nos e filiação aos debates pela renovação educacional das décadas de 1920-1930 quanto pelas pistas que ambas, especialmente Azevedo, fornecem para que se avance em estudos na área de educação. |