Oral Curta (5 mim) - Somente GT
921-1 | TEATRO DAS MEMÓRIAS E MÁQUINA COMEMORATIVA:
estudo sobre festas cívicas, guerras das imagens e memórias enxertadas no caso do bicentenário de independência do Brasil (2022). | Autores: | Correa, Alexandre F.1
1 UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Resumo: Em pesquisas sobre o Teatro das Memórias (CNPq/2012-16) realizamos estudos sobre ritanálise dos processos comemorativos históricos na sociedade moderna. Temos trabalhado com a hipótese que a sociedade brasileira é atravessada por uma espécie de maquinismo comemorativo estruturado desde o Triunfo Eucarístico (1733), constituindo-se como modelo primordial - assumindo variações locais e incorporando novas tecnologias -, permanecendo em sólidas bases socioculturais (neo)barrocas (Canclini). Gruzinsky (1990) serviu como base teórica para a análise comparativa com o México, especialmente no uso dos conceitos de “guerra das imagens” e “memórias enxertadas”. Na aproximação do bicentenário da Independência do Brasil (2022) detectamos a manutenção daquele maquinismo celebrativo barroco. Considerando as transformações histórico-culturais dessa máquina comemorativa (Centenário, República, Descobrimento etc.) analisamos os efeitos das festas cívicas na contemporaneidade, observando des-continuidades no processo de construção do panteão identitário nacional desde o centenário de 1922. Nesta comunicação apresentamos dados empíricos recolhidos de pesquisas realizadas nos 400 anos de São Luís/Ma (2012) e no bicentenário de Macaé/RJ (2013) nos quais encontramos elementos de confirmação dessa estrutura recorrente na história. Além de levantamentos locais no país também realizamos comparações com as festas cívicas dos bicentenários de independência dos países latino-americanos. |