Oral Curta (5 mim) - Somente GT
937-1 | Correspondentes da Academia: os estrangeiros no panteão da música brasileira | Autores: | LEAL, L.F.1 1 IFCH/UNICAMP - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas |
Resumo: Fundada em 1945, a Academia Brasileira de Música (ABM) logo se tornou instituição de utilidade pública, pelo decreto 22.032 de 7 de novembro de 1946, e órgão consultivo do governo, pelo decreto 23.160 de 6 de junho de 1947. Presidida por Heitor Villa-Lobos, a ABM era formada por titulares – compositores ou musicólogos –, membros intérpretes e correspondentes. A questão central deste trabalho é compreender como os acadêmicos almejavam angariar legitimidade internacional para essa organização mediante a seleção de membros correspondentes. Havia estrangeiros entre os fundadores, como Martin Braunwieser, nascido em Salzburg, e Frei Pedro Sinzig, em Linz, mas somente os nomes consagrados no exterior aumentariam o prestígio da instituição. Segundo seu opúsculo, a ABM propunha “criar uma vivência nova no seio da música brasileira”. A lista de membros correspondentes, no mesmo documento, era identificada pela origem nacional: “Carleton Sprague Smith (Estados Unidos)”, “Gastão de Bettencourt (Portugal)”, “Florent Schmitt (França)” e “Arthur Rubinstein (Mundial)”. Entre 1946 e 1951, esses quatro correspondentes visitaram o Brasil e foram recepcionados pelos acadêmicos. Com a consulta ao Arquivo Institucional da Biblioteca Mercedes Reis Pequeno, foi possível traçar a hipótese de que a circulação internacional de músicos e musicólogos com prestígio contribuiu para constituir a ABM como instituição legítima para estabelecer o panteão da música brasileira.
Agência de fomento: Fapesp
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