Oral Completa
988-1 | Autoprodução imagética e o problema do referente: Corpo e imagem no Facebook | Autores: | EDOARDO, Laysmara C.1 1 USP - Universidade de São Paulo |
Resumo: A humanidade sempre precisou de imagens. Sucessivamente buscou representar a si e suas histórias como relato ou ilustração de seus feitos. O desenvolvimento técnico e artístico permitiu tentativas cada vez mais fiéis de promover esses registros, desde a arte rupestre, à pintura, fotografia e o cinema. Contudo, produzir registro histórico sempre foi um privilégio de classe, a exemplo das pinturas de famílias nobres e das fotografias e filmagens na primeira difusão de equipamentos domésticos. Com a popularização, houve a passagem dos álbuns de família às fotografias copiosas dos smartphones, dos filmes de 12 poses aos terabytes de armazenamento, do público ao privado, do profissional ao amador. Por outro lado, quando as coisas perdem sua exclusividade, passam a ter um valor diferenciado. Passam ainda a ser interpretadas de outras formas, o que implica na produção de novas novas formas de distinção. Ao passo que se repetem fórmulas e produzem-se estereótipos, atualiza-se constantemente o valor do referente, que se altera na mesma proporção na qual há a sua reprodução. Na sociedade da informação, a referência para a produção de si são os meios audiovisuais, em especial o cinema e a televisão. Das selfies aos registros de experiências pessoais, o humano digitalizado é o videodrome e produz-se num regime de visibilidade, onde existir é parecer e aparecer, produzindo, por fim, uma dialética entre a banalização da estética e a estetização do cotidiano, debate central deste trabalho. |