Oral Curta (5 mim) - Somente GT
993-2 | PÓS-FORDISMO E COWORKING: UMA NOVA FASE DO TRABALHO FLEXÍVEL | Autores: | ZANON, B1 1 UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos |
Resumo: As últimas décadas do século XX mostraram que as mudanças sofridas devido aos processos de reestruturação produtiva pela qual passou a economia global deixariam reflexos evidentes no mercado de trabalho. Dá-se início a um ciclo, onde novos modelos e dinâmicas produtivas introduzem a flexibilidade como um valor a ser internalizado e colocado em prática. É nessa tendência que o coworking aparece como uma nova forma de organização do mercado de trabalho capaz de aliar a flexibilidade aos desejos de autonomia e de liberdade de um novo perfil de trabalhador. O presente artigo é resultado de uma pesquisa de mestrado realizada entre os anos de 2013-2015 na Universidade Federal de Uberlândia – UFU e que se encontra atualmente em continuidade no doutorado. Realizando uma análise do 2nd Global Coworking Survey (2011), de conteúdos veiculados por revistas e blogs especializados nessa tendência, além de um trabalho de recorte etnográfico e da coleta de relatos e entrevistas com trabalhadores que se utilizam desses locais, evidenciamos os engôdos trazidos pelos discursos de conquista da liberdade e da autonomia por meio de arranjos trabalhistas flexíveis. Conclui-se que o coworking como um dos produtos das dinâmicas pós-fordistas de trabalho é reflexo não só da reorganização material e espacial da produção, mas contribui para reconfigurar a dimensão simbólica que compõe a subjetividade dos indivíduos, no caso, dos trabalhadores nessa nova fase da organização dos mercados de trabalho. |