Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1003-1 | Aqui e ali – BH, Brasília e Lisboa – a amplitude dos processos de gentrificação urbana | Autores: | Rachel de Castro Almeida1,3, Patrícia Pereira2, Savio Guimarães3 1 PUC MINAS - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2 UNL - Universidade Nova de Lisboa, 3 UNICEUB - Uniceub Centro Universitário de Brasília |
Resumo: Por todo o mundo as estratégias de gentrificação revelam assimetrias de poder e dominações que reforçam ou reinventam os processos de produção de desigualdades socioespaciais nas cidades contemporâneas.
Iniciativas esparsas conduzidas pelo mercado para a revitalização de zonas centrais nas décadas de 1970 e 1980, nas grandes cidades norte-americanas e europeias, ganharam consubstancialidade de política urbana nos anos 90, configuradas a partir das técnicas de planejamento estratégico, associadas ao marketing urbano, e se disseminaram por todos os continentes. Vários estudos indicam que nessa dinâmica de enobrecimento os resultados remetem à produção de um espaço associado às práticas globais de consumo, alterações nos padrões de sociabilidade, homogeneização de paisagens comerciais e residenciais e especialmente a um caráter segregacionista.
Este ensaio é fruto de um trabalho etnográfico efetuado por uma equipe de pesquisadores brasileiros e portugueses e abordará três estudos de caso: o Mercado Central de Belo Horizonte, as quadras residenciais e comerciais 412/413 da Asa Norte de Brasília e a Rua Poço dos Negros, em Lisboa. As análises recaíram sobre as atividades comerciais e padrões de habitação, o cotidiano, principais usuários e suas trocas materiais e simbólicas. Estes espaços se caracterizam por evidenciar historicamente múltiplas tendências e processos socioeconômicos e culturais que se reelaboram, demonstrando as dinâmicas dialéticas – gentrificação e resistência - que conformam a vida urbana contemporânea. |