Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1012-2 | Políticas públicas de proteção social e o governo feminino da/na fronteira | Autores: | Melo da Cunha, Flávia1 1 USP - Universidade de São Paulo |
Resumo: Esta comunicação advém de pesquisa no sudoeste do Amazonas, tríplice fronteira de Brasil-Peru-Colômbia. Um modo de compreender esse lugar de estudo são as múltiplas territorialidades estatais e políticas públicas ali sobrepostas e implementadas por diferentes instituições e níveis. Com efeito, pelo estudo do Programa Bolsa Família, pretendo pensar a relação Estado e sociedade, tendo o gênero como categoria de análise. O Sistema Único de Assistência Social possibilita às tecnologias de gestão das populações um acesso capilar à vida social e, de modo mais ramificado, às outras institucionalidades que atuam no controle de territórios e populações. A implementação do SUAS implicou na produção de novas formas de Estado e de existências dos indivíduos diante desse Estado, por meio de instrumentos criados pela Política Nacional de Assistência Social como o “cadastro único” e os “centros de referência”. Do ponto de vista da relação Estado e sociedade, a capilaridade do SUAS naquela região permite pensar a relação entre “gênero”, “pobreza” e “Estado” na fronteira a partir de outras redes que não exclusivamente aquelas próprias à polícia e às forças armadas – mais frequentemente acionadas nos estudos de fronteira – reconhecendo o “Estado” em outras formas. Por essa via, é possível refletir sobre uma configuração de Estado não mais masculinizadas e militarizadas, mas uma feição civil, ordinária e feminilizada, protagonizada por mulheres, em sua maioria, assistentes sociais e psicólogas. |