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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1016-1

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


1016-1

Émile Durkheim e a filosofia francesa do final do século XIX: entre representação e realidade social.

Autores:
CARVALHO FILHO, J. L.1
1 UFMA - Universidade Federal do Maranhão

Resumo:
A inscrição de Durkheim no campo filosófico do final do séc. XIX é o único espaço social no qual ele pôde desenvolver seu pensamento. Esse dado aparece como uma estratégia para fazer valer e reconhecer a sociologia como um conhecimento legítimo. Durkheim cumpre todas as etapas das exigências institucionais da formação em filosofia, mobilizando um importante volume de capital filosófico: formado em filosofia na École Normale, obtenção da Agrégation e ensino da disciplina em alguns liceus, antes da nomeação a Bordeaux (1887). Este trabalho reconstitui e analisa as relações de Durkheim com a filosofia francesa da III República, a partir do debate estabelecido nas três principais revistas da época e seus fundadores: Revue philosophique (Ribot, 1876), Revue de métaphysique et de morale (Halévy e Léon, 1893), e L’Année sociologique (Durkheim, 1896). As duas primeiras contribuem para a organização institucional da filosofia, apesar de concorrentes entre si e de se oporem de algum modo a Durkheim. O centro do debate advém do fato de que para Durkheim a sociologia deve determinar as condições do exercício da filosofia. A publicação de Da divisão do trabalho, d’O suicídio, d’As Regras do método e, mais tarde, d’As Formas elementares, trarão a lume temas centrais de sua sociologia, caros à tradição filosófica: representação social, fato social, moral, religião. A reação principal será em torno da sociologia do conhecimento que ele propõe e as formas de representação coletiva do social.