Oral Completa
1043-1 | A Medicalização da Vida | Autores: | Jose Miguel Rasia1,2,3, Sandra Caponi 2, Soraya Fleischer 3 1 UFPR - Universidade Federal do Paraná, 2 UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, 3 UNB - Universidade de Brasília |
Resumo: A Medicalização da Vida (ENVIADO)
Entendemos por medicalização, o processo pelo qual comportamentos, conflitos sociais e outras situações próprias da condição humana passam a ser explicadas, entendidas e geridas a partir de categorias médicas, desconsiderando-se ou relegando-se a segundo plano as abordagens sociológicas, antropológicas ou históricas que poderiam ter sido utilizadas como marco explicativo. O processo da medicalização da vida, que objeto de reflexão de sociólogos como Peter Conrad, Michel Foucault e Ivan Illich, parece ter atingido um alcance inesperado nos últimos 20 anos. Aumenta cada vez mais o número de comportamentos cotidianos, sofrimentos psíquicos e situações sociais, como a violência ou a pobreza, que ingressam na lógica do controle médico organizada em torno do eixo diagnóstico-etiologia-terapêutica.
Assim, esta mesa se propõe a abordar as relações entre a medicina e a sociologia, tomando como ponto de inflexão a medicalização generalizada de conflitos sociais e comportamentos na sociedade contemporânea. Nossa preocupação é compreender como os agentes sociais do bio-poder atuam no sentido de reconfigurar formas de controle e segurança sociais. O foco da discussão centra-se portanto, na análise dos efeitos sociais e políticos da medicina altamente tecnologizada, da construção social da doença, do diagnóstico e da indústria farmacêutica. Trata-se portanto de pensar as formas as relações sociais no contexto da vida medicalizada.
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