Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1068-1 | A sociologia (da) crítica para pensar a noção de autonomia numa cadeia de algodão entre o Brasil e a França. | Autores: | CHARTAIN, L.1,2 1 EHESS - Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, 2 USP-FFLCH - Universidade de São Paulo - FFLCH |
Resumo: Seguindo o sociólogo Luc Boltanski no seu livro De la Critique (2009), propomos uma reflexão acerca da diferença de resultados aos quais duas tradições de pesquisas sociológicas francesas podem levar: a sociologia crítica associada a Pierre Bourdieu, que destaca a crítica social exercida pelo sociólogo posicionado acima dos “agentes” sociais; e a sociologia da crítica, também chamada sociologia pragmática, que estuda as críticas exercidas pelos “atores” sociais em situações de disputa. Colocamos essa segunda corrente à prova de situações empíricas nas quais diferentes atores de uma cadeia de algodão (compradores franceses, agrônomos de ONGs, agricultores brasileiros) se perguntam sobre o que deveria ser a autonomia de agricultores familiares de regiões rurais do Nordeste brasileiro, produtores para a cadeia. Mostramos então o interesse de seguir os atores nas suas reflexões sobre o conceito de autonomia, sublinhando a pluralidade das posturas possíveis caracterizadas por dúvidas e críticas em relação às finalidades do dispositivo que estão construindo. Comparamos os resultados obtidos com aqueles de pesquisas baseadas na primeira corrente. Discutimos os ganhos com a complementaridade entre as duas abordagens, na medida em que os atores sociais não têm acesso à totalidade dos pontos de vista que o sociólogo pode abarcar para adotar uma postura de exterioridade e elaborar um outro tipo de crítica sobre a noção de autonomia nesse tipo de dispositivo. |