Poster (Painel)
1071-1 | “Elas são quase da família”: trabalho, identidade e trajetórias de domésticas residentes | Autores: | VALERIANO, M. M.1
1 UFG - Universidade Federal de Goiás |
Resumo: Partindo da literatura sociológica sobre trabalho e gênero, o presente trabalho é resultado e parte de uma pesquisa de mestrado em que se buscou analisar o trabalho, a identidade e a trajetória de domésticas que moram no local de trabalho (as domésticas residentes), foi escolhida a cidade de Goiânia para o estudo de caso. A metodologia compreendeu: análise em base de dados governamentais como a PNAD, a realização de entrevistas semi-estruturadas, aprofundamento bibliográfico e análise de documentos jurídicos. Os resultados apontam que a ocupação continua sendo exercida majoritariamente por mulheres/mulheres negras. Caracterizada pela informalidade, por baixos rendimentos e baixa taxa de sindicalização. A relação empregado/empregador é fortemente marcada pela pessoalidade. Forja-se no caso das domesticas residentes uma relação quase que familiar que as colocam vulneráveis ao não cumprimento da lei, principalmente em relação à jornada de trabalho. Em sua maioria migrante, para as trabalhadoras domésticas residentes, morar no local em que trabalham é uma estratégia de sobrevivência conveniente logo que chegam à cidade grande. Por fim, conclui-se que a desvalorização e os estereótipos ligados à figura da trabalhadora doméstica contribuem para a depreciação de suas identidades. Nesse sentido, os direitos conquistados com a Lei Complementar nº150/2015 representam um marco na luta das trabalhadoras domésticas por relações de trabalho mais justas e dignas. |