Oral Completa
1084-1 | A AUSÊNCIA DO SUICÍDIO ENQUANTO OBJETO DE ESTUDO NA SOCIOLOGIA BRASILEIRA | Autores: | QUEIROZ, J.B.1 1 UFMA - Universidade Federal do Maranhão |
Resumo: O estudo de Émile Durkheim sobre o suicídio foi, dentre outros motivos, uma estratégia visando fazer reconhecer a sociologia enquanto ciência, já que esse fenômeno era visto até então como exclusivamente individual e, por isso, objeto da psicologia. O impacto do livro O Suicídio fez dele um clássico que, até hoje, é uma obra importante na formação de sociólogos. Este estudo sociológico, com retificações posteriores, teve continuidade tanto na França, por meio de Maurice Halbwachs, na década de 1930, e recentemente com Roger Establet e Christian Baudelot, como noutros países. No Brasil, embora Durkheim tenha começado a ser traduzido e estudado desde o início do século XX, o suicídio foi relegado por nossa sociologia. Em contrapartida, apesar de seu impacto no país nos últimos vinte anos, ele é reiteradamente pesquisado por psicólogos, psicanalistas, profissionais de enfermagem, médicos, assistentes sociais, historiadores, geógrafos e jornalistas. Sobre este fenômeno, não há pesquisas ou obras sociológicas que dele tratam; em nossas principais revistas da área, por exemplo, A Tempo Social e a RBCS, não há um único artigo que trate do suicídio na sociedade brasileira. Algo diverso dos países vizinhos, como Uruguai e Argentina. Em face disso, como parte de pesquisa em andamento, o presente trabalho visa levantar algumas hipóteses que, de algum modo, contribua para esclarecer por que desse tratamento dispensado entre nós a um tema sociológico clássico como o fenômeno do suicídio. |