Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1099-2 | A margem é onde tudo começa e onde tudo acaba. A. Dasilva O. fala ao país pela Rádio Caos | Autores: | Tânia Moreira1, Paula Guerra1 1 UP - Universidade do Porto |
Resumo: Em meados dos anos 1980, o Porto em Portugal era uma cidade cercada. Não pelo exterior, mas a partir de dentro. A sensação era a de que se vivia afastado de tudo o que de importante estava a acontecer no mundo: tudo o que passava na rádio, na televisão e nos jornais era ultrapassado, retrógrado. Na cidade, a resistência e a procura de um mundo novo começou a fazer-se sentir através de fanzines, de plaquetes e de boletins, que circulavam de mão em mão, nos cafés, nas lojas de discos, nas associações de estudantes e coletividades. Edições sobre música, cinema, literatura, filosofia, política e outros temas impossíveis de classificar, circulavam um pouco por toda a parte. O importante era resistir ao cerco. No meio de todas estas movimentações, destacava-se o trabalho de alguns autores/editores. António da Silva Oliveira (A. Dasilva O., 1958), não sendo um caso isolado, era um caso único. Publicava e ajudava a publicar. Não apenas fanzines, mas também revistas e livros. E não apenas revistas e livros, mas também projetos ligados aos mais diversos domínios da intervenção cultural e artística. E fundou a Rádio Caos. Nesta comunicação, através da trajetória marginal, maldita, underground de A. Dasilva O., traçaremos um retrato necessário da sociedade portuguesa na sua transição para a contemporaneidade onde as artes e suas subversões desempenharam um papel central, cujas implicações ainda hoje – e sobretudo hoje – se fazem sentir. |