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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1215-1

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


1215-1

Juventude, políticas públicas de prevenção à violência e relações íntimas de afeto: experiências e perspectivas no Brasil e em Portugal

Autores:
MAGALHÃES, M.J.1, MARTINS, A.P.A.2
1 UP - Universidade do Porto, 2 UNB - Universidade de Brasília

Resumo:
As relações íntimas de afeto têm sido o cenário de produção de conhecimentos e políticas nas últimas duas décadas em dezenas de países. A politização da vida privada visibiliza vivências que se reproduzem na intimidade. O reconhecimento da violência doméstica como um problema público amplia o compromisso dos Estados com políticas para erradicar a violência de gênero. Percebe-se que a violência nas relações íntimas obedece a padrões geracionais e vulnerabiliza as mulheres de formas distintas ao longo de suas vidas. No Brasil, onde as pessoas jovens são expostas a maiores riscos de violência, as relações íntimas de afeto constituem um espaço de reprodução das relações de poder que potencializa violações de direitos. Segundo a distribuição dos homicídios por sexo e idade, a maior incidência de homicídios de mulheres ocorre aos 18 anos (Mapa da Violência, 2015). Em Portugal, o feminicídio por violência nas relações de intimidade mantém-se estável, em todas as faixas etárias, apesar das políticas de enfrentamento a este problema. Os últimos estudos mostram uma incidência entre 20% a 25% de comportamentos de violência no namoro, indicando a probabilidade de uma relação futura atravessada de violência. Pretende-se compreender qual o lugar da juventude como sujeito de políticas de prevenção à violência nas relações íntimas de afeto no Brasil e em Portugal. Como esses países se situam diante das estratégias globais de garantia de direitos e prevenção de violências?