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1226-1 | Noções e limites do trabalho sexual no Brasil: experiências de mulheres que se prostituem em áreas de grandes obras da Amazônia brasileira | Autores: | Wagner Araújo1 1 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul |
Resumo: Nesta discussão busca-se, inicialmente, problematizar a partir dos estudos de gênero, algumas questões que permeiam o debate das ciências sociais acerca da prostituição no Brasil e seu status frente a duas correntes de pensamento feminista polarizadas. Embora a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) reconheça a prostituição como uma ocupação profissional, tal atividade persiste em ser compreendida por dois eixos conservadores: por um lado a prostituição é percebida como um fenômeno semicriminoso, portanto, é considerada uma questão de ordem pública onde o Estado desempenha o papel de finalizador “higienizador”; por outro, ela é abordada pelo viés moral, por exemplo, a Igreja e ONGs vinculadas a essa que veem a “prostituta” como pecadora que precisa ser “salva”, no mesmo eixo, há agentes não religiosos, especialmente as feministas abolicionistas que situam as trabalhadoras do sexo como vítimas. Assim, o estigma que permeia a prostituição é resignificado, adquirindo contornos atuais, emergindo como um grande entrave a sua regulamentação. No segundo momento, partindo de uma abordagem qualitativa, a discussão aponta algumas questões acerca da autopercepção do trabalho de mulheres inseridas na prostituição. Traz-se conclusões acerca da necessidade da regulamentação da atividade como uma estratégia importante para a redução das vulnerabilidades, considerando que no contexto pesquisado é a falta de regulamentação que submete as profissionais do sexo a situações de exploração. |