Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1253-1 | Homens e línguas do marxismo brasileiro. | Autores: | RODRIGUES, L. S.1 1 UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos |
Resumo: A leitura e o comentário de autores que conformam a segmentação interna do espaço do marxismo são práticas correntes entre eles. Como percebe qualquer observador: gramscinianos, frankfurtianos, althusserianos são identificados como tais, pois afiançam seu conhecimento ao comentarem as obras destes autores/escolas matriciais. Em sondagem realizada junto a 988 marxistas brasileiros, colhemos a distribuição das filiações internas ao espaço dos marxistas: Gramsci reúne 33,2% da população; Lukács, 25,8; a Escola de Frankfurt, 10,5% e Althusser, 7,2%. A mesma sondagem indagou a fluência em língua estrangeira desta população: em Espanhol, 49%; em Inglês, 46,0; em Francês, 20%; em Italiano, 8%; em alemão, 2,9%; – em nenhuma língua, 26%. É notável que a língua original dos autores estrangeiros não corresponde à língua estrangeira de mais domínio dos marxistas (por exemplo, enquanto 33,2% são gramscinianos; apenas 8% declaram-se fluentes em italiano). A decalagem mostra que neste meio o domínio de língua estrangeira pode apresentar um capital de altíssimo valor específico, na base da prática do comentário legítimo. A mesma sondagem indicou que os homens estão mais predispostos a esta prática do que as mulheres. A presente exposição exporá determinações de gênero e de capital cultural das práticas usuais e valorizadas no espaço do marxismo brasileiro. O trabalho situa-se no “amplo leque” que abarca os estudos a respeito “dos circuitos de produção e recepção dos bens simbólicos” – como propõe a ementa da chamada pública deste GT.
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