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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1275-2

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


1275-2

A indiscernibilidade entre o “estatal” e o “não estatal” na gestão de ilegalismos e violências nas ruas de Manaus

Autores:
Candotti, Fabio M.1, Pinheiro, Israel1, Alves, Jander B.1
1 UFAM - Universidade Federal do Amazonas

Resumo:
O presente trabalho consiste em uma análise comparativa de dois modos distintos de gestão diferencial de ilegalismos e violências, que agenciam e se apoiam em práticas muito heterogêneas entre si. Partiremos de descrições etnográficas de duas experiências sociais muito distintas em Manaus – cidade cujo cotidiano tem sido cada vez mais marcado pela circulação de discursos em torno da presença crescente do “crime organizado”. De um lado, a vivência dos moradores e comerciantes do entorno de um “quartel” da Polícia Militar situado numa antiga periferia; de outro, o cotidiano de flanelinhas que trabalham nas ruas do Centro da cidade. Ambos os lugares têm seu cotidiano ritmado por uma intensa mobilidade humana. As análises dessas experiências nos levaram a uma reflexão comparativa – inspirada na perspectiva micropolítica de Foucault, Deleuze e Guattari – sobre o funcionamento de dispositivos de “segurança” compostos por redes de agentes muito diversos, por corpos armados e olhos vigilantes, e atravessados por linhas de segmentação flexíveis que fazem da fronteira entre o “estatal” e o “não estatal” uma zona de indiscernibilidade. Como condição e resultado dessa rede, emergem subjetividades situadas por saberes que articulam dois tipos de regimes: de um lado, regimes de enunciação marcados por ameaças e construções de sentidos sobre “respeito”, “direitos” e “justiça”; de outro, regimes de visibilidade nos quais é iluminada uma paisagem povoada de imponderáveis e perigos.